Em 2020, Cuiabá bateu recordes históricos de calor, o que fez aumentar consideravelmente a procura por sistemas de energia solar devido ao baixo custo na conta de energia no fim do mês.
As temperaturas elevadas registradas no início da primavera de 2020 fez com que Cuiabá registrasse recordes seguidos de temperatura, atingindo 44°C em setembro. O calorão acima dos 40°C fez com que o consumo de energia também aumentasse, o que refletiu em faturas até 50% mais caras.
Prevendo o gasto extra, alguns consumidores decidiram migrar para o sistema de energia solar fotovoltaica, que pode reduzir em até 90% o custo com eletricidade. De julho a outubro, a capital mato-grossense avançou cinco posições no ranking municipal de potência instalada e agora é a 2ª cidade brasileira que mais gera energia elétrica fotovoltaica do Brasil perdendo apenas para Uberlândia (MG).

“Em geração de energia solar, Cuiabá teve um salto da 7ª posição para o 2º lugar, perdendo apenas para Uberlândia (MG). O setor cresceu muito devido a esse calor absurdo que tivemos aqui. Foram mais pessoas utilizando ar-condicionado, em busca de qualidade de vida. O susto com a conta de energia pesou no orçamento do cuiabano e muitos buscaram alternativas sustentáveis para economizar. Isso fez com que a demanda por sistemas solares crescesse, com aumento no número de instalações”, observa Merivaldo Britto, engenheiro eletricista.
Estima-se que o número de cuiabanos gerando sua própria energia pelo sistema fotovoltaico, na modalidade Geração Distribuída (GD), cresceu 25% em plena pandemia de covid-19. A procura por instalações fotovoltaicas cresceu principalmente em imóveis residenciais e pequenos comércios.
“O comércio pequeno, como mercadinhos e distribuidoras, despertou para a solar. Tivemos um aumento considerável no setor e também entre pessoas físicas, as quais hoje contam com linhas de crédito para financiamentos especiais”, aponta Merivaldo.
Com mais adeptos ao sistema, a capital de Mato Grosso saiu de uma potência instalada de 26,1 megawatt (MW) no mês de julho para 41,6 (MW) em outubro, um aumento de 59%, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Caso continue nessa velocidade, a expectativa é que até o final do ano Cuiabá supere o município de Uberlândia, hoje líder no ranking municipal com 48 (MW) de potência instalada.
“Cuiabá pode ultrapassar a cidade mineira ainda neste ano; se aumentar sua potência instalada em 8 MW já passa. A solar tem beneficiado todas as classes sociais, principalmente os pequenos. Imagine uma pessoa que recebe um salário mínimo [R$ 1.045] e paga R$ 500 de energia, é praticamente 50% da sua renda”, observa Merivaldo.
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